Nada de respostas prontas ou soluções milagrosas. Ter participado da Bett UK, em Londres, deixou os profissionais da educação brasileira com inspirações, ideias e vontade de fazer ainda melhor. A edição de 2023, que aconteceu de 29 a 31 de março, contou com a participação de uma comitiva brasileira de mais de 150 pessoas.
Janette Brunstein, pró-reitora de graduação da Universidade Mackenzie que participou de forma mais intensa do Ahead, o setor da Bett voltado para o ensino superior e profissional, conta ter aproveitado bastante as palestras para entender as tendências para o seu segmento. “Consegui ver como pessoas de diferentes países e diferentes atuações - governos, sociedade civil, empresas - estão pensando o futuro da educação: que perguntas estão fazendo, quais são os grandes debates. E também como estão achando soluções, não necessariamente tecnológicas”, diz.
Da educação básica particular, Fabia Antunes, diretora pedagógica da escola Lourenço Castanho, esteve pela segunda vez na Bett UK e, mais uma vez, acredita que valeu a pena. “Já tinha sido interessante no ano passado para entender como as pessoas estão significando as novas tecnologias na educação. Este ano senti diferença, provavelmente, porque as pessoas perceberam que, com a entrada bem explícita da inteligência artificial, a educação precisa mudar”, afirma. E também esteve em debate a responsabilidade de como usar a tecnologia: “Senti que o discurso pedagógico é o que vai fazer diferença”, avalia Fabia.
Ver de perto como pessoas de todo o mundo estão aproveitando as tecnologias para educar traz também a possibilidade de avaliar suas próprias práticas. Da rede básica pública, Samuel Guedes, diretor de tecnologia educacional do município de Bertioga, participou da Bett UK no ano passado em busca de soluções específicas. Em 2023, com uma boa solução já implantada, pôde acompanhar as novidades e trocar experiências. “Vi que a gente está no caminho certo. Às vezes, a gente olha para fora do país e pensa que as coisas são sempre melhores, mas a realidade não é bem assim. O Brasil está bem avançado”, analisa Guedes.
Entre as tendências do momento, a gamificação e a inteligência artificial ganharam destaque. “Duas coisas me chamaram atenção durante a Bett, tecnologicamente falando: a importância dada às soluções de segurança digital, haja vista, a migração contínua rumo a uma educação digital, além, é claro, do impacto da inteligência artificial, deixando para trás temas como metaverso, por exemplo”, avalia Emílio Munaro, vice-presidente da Anebhi - Associação Nacional de Educação Básica Híbrida e conselheiro da Bett Brasil.
Se teve uma lição que muitos aprenderam é a importância das conexões pessoais.
“O melhor de tudo, e isso graças aos esforços do time da Bett Brasil, foi estar como membro da delegação. Os diversos contatos e oportunidades de networking, para mim, fizeram toda a diferença”, diz Munaro. E não foi só ele quem percebeu desta forma. Pela primeira vez no evento em Londres, Gustavo Gonçalves, da empresa Mkt4Edu, concorda com essa visão. “Participar da Bett UK foi super gratificante e muito intenso. O que eu mais gostei foram as possibilidades de networking, o fato de ter um espaço para nossa delegação, onde pude encontrar vários players do Brasil e até de outros países da América Latina para trocar experiências”, completa Gonçalves.
O próximo evento da série global da Hyve já tem data marcada: de 9 a 12 de maio, no Transamerica Expo Center, acontecerá a Bett Brasil, maior encontro de Educação e Tecnologia da América Latina. Estão programadas mais de 160 sessões, incluindo painéis expositivos, rodas de conversa e workshops, com a participação de mais de 280 especialistas, dialogando sobre os caminhos e perspectivas para o futuro da educação. Confira a programação completa do evento aqui.
O credenciamento para visitar o evento é gratuito e pode ser feito aqui. Já as inscrições para o Congresso Bett Brasil, Ahead by Bett e Fórum de Gestores são realizadas aqui.