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Brasil pode demorar até 62 anos para alcançar média do Programa Internacional de Avaliação de Alunos

Publicado em 03/04/2014 às 11:18:00

O Brasil vai precisar de, pelo menos, 62 anos para alcançar a média dos países que lideram o ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). A análise é do doutor da Universidade de São Paulo (USP) Ocimar Munhoz Alavarse e leva em consideração a prova de leitura. Alavarse participou, no dia 19 de março, de uma palestra abordando o assunto, na sede do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF). A iniciativa reuniu aproximadamente 50 gestores de escolas particulares do DF.

Segundo Alavarse, o prazo é menor em disciplinas como ciências (44 anos) e matemática (19 anos). Os cálculos são do próprio doutor, baseados nos relatórios recentes sobre o Pisa, realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “O Brasil só vai atingir a média de 490 pontos no exame em 2076. Mesmo assim, as projeções são positivas. É um cenário importante para pensar em políticas de formação de professores e estratégias de ensino”, afirmou.

Apesar dos prazos, o Brasil foi o país com maior avanço no desempenho de alunos de 15 anos em matemática entre 2003 e 2012. Mas tanto em leitura como em ciências, o País está abaixo da média da OCDE. Em leitura, o crescimento dos estudantes brasileiros foi de 396 em 2000 e de 410 pontos em 2010. Segundo os dados, porém, nas últimas cinco edições do Pisa, o Brasil tem tido altos e baixos em leitura: em 2009, o desempenho foi de 412 pontos, mas recuou para 410 três anos depois.

Bastante questionado por gestores da educação, o Pisa também foi analisado por Alavarse, não só em números e estatísticas, mas também pelo ponto de vista pedagógico. Ele lembrou que o exame é uma avaliação externa, ou seja, feita de fora para dentro, e que, por isso, precisa de atenção. “Ainda que eu defenda avaliações externas, elas não podem destituir o professor do papel de avaliador”, explicou. O exame é feito por comparações entre países. “Os resultados do Pisa não dizem tudo, mas os dados precisam ser levados em conta, pois são importantes para pensar nossa educação”, destacou.

No ranking atual, o Brasil ocupa o 58º lugar, entre os 65 países que participam da avaliação. No âmbito regional, o DF apresentou o melhor desempenho do País em matemática e leitura (junto com o Mato Grosso do Sul) e ficou em segundo lugar em ciências (atrás do Espírito Santo). “Apesar de o Brasil ainda estar em uma colocação negativa, os dados mostram o avanço da educação com o passar dos anos”, explicou Alavarse. Os dados foram divulgados no ano passado e referem-se a 2012.

A palestra fez parte do Programa de Capacitação Profissional do Sinepe/DF, que, até o fim do ano, promoverá, também, cursos de pós-graduação para gestores de escolas particulares. Para o dia 5 de maio, já está agendada uma palestra com o consultor na área educacional Walther Castelli Júnior, abordando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Segundo a presidente do Sinepe/DF, Fátima de Mello Franco, manter os profissionais de uma instituição alinhados com as novidades da educação e com assuntos relevantes para a área é um desafio. “Os resultados desse trabalho poderão fazer a diferença qualitativa na prática em sala de aula. No mundo globalizado, é necessário aprender constantemente”, ressaltou.

Mais informações no site www.sinepe-df.org ou nos cadernos de cursos, disponíveis no próprio Sinepe/DF e nas escolas filiadas.


Fonte: Elton Pacheco