Entre os dias 21 de abril e 5 de maio, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF) realizou a 10ª. Missão Técnica Internacional. A viagem tem o objetivo de proporcionar aos participantes contato com sistemas educacionais de outros países, com o propósito de aperfeiçoar a educação brasileira – especialmente a brasiliense – por meio da troca de experiências. Nessa edição, 23 profissionais visitaram a Nova Zelândia e a Austrália, que, recentemente, implantou em uma base curricular comum que abrange todo o seu território.
A implementação da base australiana foi um projeto discutido no país durante 15 anos e envolveu alunos, professores e autoridades escolares. O presidente do Sinepe/DF, Álvaro Domingues, comentou que um dos principais desafios observados no país durante o processo de adaptação foi a capacitação de professores – e isso pode ser um indicativo do que está por vir com a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no Brasil. “Os professores da Austrália precisaram ser preparados para se adaptar à base, e isso exige um treinamento qualificado por parte dos governos, além de mudanças, inclusive, na formação acadêmica dos educadores”, pontuou. “Por aqui, será necessário ter a mesma preocupação.”
Segundo o diretor de educação do Colégio Serios, Frederico Azevedo, que também participou da viagem, um grande destaque no desenvolvimento das bases, tanto na Nova Zelândia quanto na Austrália, é a integração entre o governo, os profissionais de educação e as instituições de ensino na discussão e criação. “Na Nova Zelândia, as autoridades de ensino utilizaram escolas como um instrumento de criação, realizando um trabalho conjunto entre elas e as universidades, o que os levou a criar uma base nacional comum curricular subdividida de acordo com os seus agrupamentos territoriais”, completou.
O grupo também teve contato com um interessante projeto educacional: o Project Base Learning (PBL) – ou Aprendizagem Baseada em Projeto, em português. Essa abordagem implica o desenvolvimento de um tema pré-determinado (como, por exemplo, a educação ambiental) entre os alunos, que é trabalhado em diversas disciplinas, o que pode ser extremamente positivo para o aprendizado. “Aqui no Distrito Federal, algumas instituições utilizam esse método, como o Colégio do Sol, a Escola das Nações, a Escola Americana, o Canarinho e o Serios”, cita Domingues.
Nos dois países, também foram observadas novas configurações dos espaços escolares, que se tornaram mais fluidos, com menos paredes e turmas diferentes ocupando o mesmo local, fenômeno observado de maneira mais pontual no Brasil. Para o presidente, além do intercâmbio de conhecimentos educacionais, essa experiência foi uma oportunidade de ter contato com outros aspectos culturais e sociais, que serviram para engrandecer o conhecimento geral dos participantes, que será estendido aos seus respectivos estabelecimentos. “As visitas às escolas proporcionaram a observação de aspectos educacionais e projetos pedagógicos que podem ser aplicados no Brasil. Isso amplia nossos horizontes e diversifica nossas visões de mundo” finaliza.