A cada ano mais popular no Brasil, o Dia das Bruxas, ou halloween, no termo em inglês, é uma data intrigante. E, por mais divertidas que sejam suas comemorações modernas, a origem é bastante diferente dos atuais costumes, como pedir doces de porta em porta (“doçuras ou travessuras?”), decorar as casas de forma assustadora e ir a festas à fantasia.
Os Estados Unidos “exportaram” o halloween para a maior parte dos países, mas foi no Reino Unido que o nome apareceu, no século 16, derivado de “All Hallows’ Eve”, que significa Dia de Todos os Santos, celebrado em 1.º de novembro.
Segundo historiadores, ele tem origem em um antigo festival celta conhecido como Samhain, que quer dizer “fim do verão” – no hemisfério norte. Ele durava três dias, começando em 31 de outubro, e contava com fogueiras e celebrava a abundância de comida após a colheita, além de homenagear os mortos. Mas as festas variavam de acordo com a região (País de Gales, Escócia, Irlanda).
O Dia de Todos os Santos, que era comemorado no catolicismo em 13 de maio, foi alterado pela Igreja no século 8 para 1.º de novembro, coincidindo com o Samhain, em uma aparente tentativa de cristianizar a festa. O fato é que tradições pagãs e cristãs acabaram se misturando.
Entre os séculos 16 e 18, as fogueiras tornaram-se mais populares – eram usadas na queima do joio, que celebrava o fim da colheita no Samhain, e como símbolo do rumo a ser seguido pelas almas cristãs no purgatório. Rituais de adivinhação e outras superstições, como pegar a maçã com a boca, também eram habituais. E comer era uma parte de importante do halloween, e um dos hábitos mais característicos era que as crianças iam de casa em casa cantando ou proclamando orações pelas almas dos mortos e ganhavam bolos de boa sorte em troca.
O halloween moderno
Com a intensa imigração irlandesa para os Estados Unidos a partir de 1845, os costumes associados ao halloween foram levados e incorporados, sofrendo algumas adaptações. Por exemplo, o uso de abóboras – comuns nos EUA – entalhadas se deu a partir dessa viagem para o outro lado do oceano. Havia, aliás, a lenda sobre um ferreiro chamado Jack, que vagava como um morto-vivo engando o diabo, o que deu origem às luminárias feitas com as abóboras.
A partir de 1920, a tradição de perguntar “doçuras ou travessuras” também se popularizou (apesar de ter passado por uma fase de baixa durante a Grande Depressão, em que o acesso à comida era mais difícil). Já as fantasias e o hábito de dar sustos vieram após a transmissão de Guerra dos Mundos, do escritor H. G. Wells, pelo rádio, em 30 de outubro de 1938. O ator e diretor Orson Welles causou uma grande confusão nos ouvintes, que acreditaram que o mundo estava acabando, antes que ele concluísse dizendo que tudo não passava de uma pegadinha.
Dos EUA, o halloween foi levado a vários outros países da América, sempre incorporando aspectos regionais e ganhando novos formatos – no México, por exemplo, é bastante associado aos antepassados, e lá há uma grande celebração pelo Dia dos Mortos. Aqui no Brasil, desde 2003, 31 de outubro também celebra o Dia do Saci, criado a partir de um projeto de lei que buscava resgatar personagens do folclore nacional.
E como a escola pode comemorar a data?
Seguem, abaixo, algumas ideias de como incorporar o halloween à agenda de sua instituição e, assim, tornar o dia ainda mais divertido: