Na próxima segunda-feira, 15 de maio, é celebrado em todo o mundo o Dia Internacional da Família, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993, com o objetivo de homenagear os laços familiares e discutir temáticas relacionadas à instituição. No espaço escolar, essa data é utilizada por algumas escolas como forma de integrar os alunos que não vivem no formato “clássico” de família, como aqueles que não moram com o pai ou a mãe, que têm dois pais ou duas mães, ou são criados pelos avós.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a chamada família tradicional (decorrente da união entre homem e mulher, segundo a Constituição) deixou de ser maioria no Brasil desde 2009: 49,9% dos grupos familiares afirmavam corresponder a esse formato, enquanto 50,1% declaravam pertencer a outros 18 tipos de laço familiar. Visando à saúde emocional dos estudantes, algumas escolas têm tentado se adaptar a essas mudanças.
A escola Arvense, localizada na Asa Norte, por exemplo, comemora a Festa da Família entre os estudantes desde 2006, como parte do projeto pedagógico “É tudo família”. “Começamos a usar a expressão Festa da Família em 2006, ou seja, há mais de dez anos, já desconstruindo a unicidade da família clássica. Essa necessidade veio da própria comunidade, que já se apresentava cada vez mais diversificada”, comenta a idealizadora do projeto e coordenadora de linguagens do colégio, Denise Macedo.
Nele, além da comemoração da Festa da Família, a escola também discute a diversidade familiar por meio de debates, dramatizações, produção de textos, música e leitura de livros entre as crianças. “Para o Arvense, o Dia Internacional da Família significa a necessária reflexão de toda a comunidade sobre diversidade familiar. Mais do que considerarmos importante a comemoração, consideramos importante a reflexão, o debate, a ampliação do conhecimento. Apenas assim se inclui.”
O diretor financeiro do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF), Clayton Braga, comenta que muitos estabelecimentos de ensino optam por abandonar as comemorações tradicionais relativas ao Dia dos Pais e ao Dia das Mães para aderir ao Dia Internacional da Família, a fim de evitar o mal-estar entre as crianças que, por qualquer motivo, não tenham as figuras paterna ou materna presentes. “Algumas escolas também optam por manter essas comemorações, mas estendem as homenagens a qualquer pessoa que represente esse papel de cuidador na vida dos alunos, o que também é muito positivo. O importante é que esses estudantes se sintam acolhidos”, completa.
