Nesta quarta-feira (11), o professor Álvaro Domingues, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF), participou de uma sessão sobre o passe-livre estudantil na sala das comissões da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Os parlamentares discutiram a respeito das mudanças no transporte público no Distrito Federal. Um dos temas abordados foi a manutenção da gratuidade do benefício para alunos de escolas privadas.

No início do ano, entrou em vigor o reajuste de até 25% no preço das passagens de ônibus (de longas distâncias) e de metrô para R$ 5,00. A medida foi adotada, segundo o GDF, porque os cofres públicos não têm mais condições de bancar o valor dos subsídios, e um dos fatores que teria contribuído para esse cenário seriam as gratuidades (passe-livre para estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais). O governador Rodrigo Rollemberg estuda a retirada do passe-livre para estudantes de instituições particulares.

O professor Álvaro criticou a medida: “As escolas mais caras, que atendem a famílias abastadas, são minoria. Muitos alunos da rede privada dependem do transporte público para estudar. É um direito” - defendeu ele durante a sessão. O Sinepe/DF lembra que os estabelecimentos de pequeno porte, localizados majoritariamente nas regiões administrativas menos favorecidas, representam 83% das escolas, e nelas, entre 60% e 70% dos estudantes usam ônibus para se locomover.

Os deputados ressaltaram que há outras formas de diminuir os custos de mobilidade, como direcionar o dinheiro arrecadado com os recentes impostos do aplicativo Uber para o transporte público e recolher parte da verba recebida pelas concessionárias com publicidade nos ônibus e nos trens do metrô. Para eles, é necessário revisar todo o sistema e os contratos, além de fazer uma fiscalização eficiente para evitar fraudes – como pessoas que vendem ou repassam seus passes a terceiros.

Nesta quinta-feira (12), a CLDF realiza uma sessão extraordinária para analisar um decreto legislativo que pode suspender o reajuste.