Saiba como ajudar alunos que apresentam sinais de dislexia
Publicado em 16/11/2017 às 15:23:00Derivada do grego “dis”, que quer dizer dificuldade, e “lexia”, linguagem, a palavra dislexia diz respeito a uma condição que causa falta de habilidade na linguagem e se reflete na leitura. Não é, segundo a Associação Nacional de Dislexia, uma doença, e sim uma forma diferente de o cérebro processar informações – o que pode influir diretamente na aprendizagem das pessoas disléxicas.
Nesta quinta-feira (16), é comemorado o Dia Nacional de Atenção à Dislexia, data instituída pela Lei n.º 13.085, de 2015, que tem o intuito de difundir informações, conscientizar a sociedade e mostrar a importância do diagnóstico e tratamento precoces. Se você é educador, tem um papel importantíssimo na identificação de sinais que podem levar ao diagnóstico, pois a dislexia se manifesta na leitura e na escrita dos alunos.
O psicólogo escolar Leonardo Vieira Nunes dá algumas dicas do que observar no comportamento dos estudantes e como proceder caso sejam identificados alguns sinais. Confira:
- Na fase da alfabetização, observe se os alunos que demoram mais a aprender a ler e a escrever mantêm essas dificuldades por muito tempo. Elas também podem se manifestar na fala, na troca de letras dentro das palavras, entre outros indícios;
- Se houver pistas de que uma criança possa ter dislexia, o indicado é acionar a equipe de pedagogos e psicólogos da escola, quando houver, para a primeira avaliação e uma observação profissional do aluno em sala de aula; caso positivo, é necessário entrar em contato com os pais ou responsáveis para buscar apoio com outros profissionais;
- O ideal é que a pessoa disléxica seja tratada por um psicólogo, um neuropsicólogo e um fonoaudiólogo;
- Vale lembrar que não há cura para a dislexia, e sim tratamentos e estratégias profissionais para aprimorar o dia a dia de quem vive com ela;
- A dislexia pode ser percebida em qualquer fase da vida, principalmente quando não é tratada. Caso um aluno do ensino fundamental (ou até do médio) chegue a sua escola com um histórico de desatenção por parte dos profissionais das escolas anteriores, por exemplo, você pode observar e identificar os sinais mesmo nessa idade mais avançada;
- Quando a criança disléxica não recebe tratamento adequado, seu aprendizado pode ficar comprometido, tendo reflexos até mesmo na vida adulta. A habilidade de comunicação, a leitura, a escrita, a associação de sons e a interpretação de texto podem ser grandes desafios. E, no âmbito social, suas dificuldades podem ser interpretadas como “burrice” por coleguinhas, e ela pode acabar se tornando vítima de bullying;
- Observar atentamente os alunos e entender que cada um aprende de forma diferenciada e no seu ritmo, com ou sem dislexia, é fundamental. Em alguns casos, pode ser interessante mudar a estratégia de ensino ou a avaliação – um estudante pode não ser bom na escrita, mas se expressa bem na fala;
- O diálogo com as famílias dos alunos também é fundamental para tratar quem tem dislexia; a observação das crianças em casa, feita pelos pais, também pode ajudar no diagnóstico.