Na 4.ª Assembleia Geral do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (SINEPE/DF) de 2017, realizada na última quinta-feira (10), dirigentes de diversas instituições de ensino discutiram a reforma do ensino médio. O secretário de Educação do DF, Júlio Gregório Filho, esteve presente e abordou o cenário atual da educação brasileira – e brasiliense.
Ele lembrou que a discussão ainda está acontecendo e tem um longo caminho a percorrer na construção de soluções. “Ninguém quer tirar sociologia ou filosofia dos currículos, por exemplo. Queremos reformar a lei para ofertar essas opções com qualidade”, defendeu.
Sobre a conjuntura nacional, ele levou dados preocupantes ao debate, que justificam a necessidade de mudanças no ensino médio brasileiro. A evasão escolar ainda é muito grande no País: de 13,8 milhões de alunos no ensino fundamental 1, o número cai para 10,8 milhões no fundamental 2 e para 7 milhões no ensino médio. “Isso é um desastre”, lamentou. Além disso, apenas 18% dos jovens ingressam no ensino superior, o que, na opinião do secretário, força o poder público a adaptar o processo de aprendizagem para atender às demandas atuais dos alunos.
Ele opinou que Brasília precisa investir mais nos processos de avaliação do aluno e que “reprovação não é a solução”. Reforçou a importância do conteúdo optativo, que permitirá ao aluno se concentrar em umas das cinco áreas do conhecimento ofertadas e ponderou que, em cidades grandes com muitas escolas, essa oferta não será problemática. O secretário comentou que em vários países, como o Chile e a Coreia do Sul, a escolaridade tem aumentado o Produto Interno Bruto (PIB), mas no Brasil isso não acontece. “O gradativo crescimento da escolaridade não tem se revertido em produtividade, o que mostra que a qualidade da educação precisa mudar”, pontuou.
O presidente do SINEPE/DF, Álvaro Domingues – que além de ser o presidente do Conselho de Educação do DF agora também é vice-presidente do Fórum Nacional dos Conselhos de Educação –, ressaltou também a importância de debater, nos conselhos, a flexibilização dos currículos nos projetos pedagógicos das escolas. “Será necessário manter a qualidade sem grandes mudanças nos valores das mensalidades”, afirmou.
O deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), que presidiu a comissão da reforma do ensino médio no Congresso, também esteve presente na assembleia e contou que foi difícil aprovar a legislação. “As pessoas não querem mudar, têm medo da mudança. Mas é preciso se atualizar”, ponderou. Ele defendeu, ainda, o avanço no ensino técnico e na educação profissional.
Outras temáticas
Durante a assembleia, também foram escolhidas três gestoras de escolas filiadas ao Sinepe/DF para compor a comissão eleitoral que presidirá as eleições para a diretoria executiva do Conselho de Administração do sindicato no próximo triênio: 2018 a 2020. O mandato atual se encerra em dezembro deste ano, conforme artigo 50 do Estatuto do SINEPE/DF.
Também foram votadas as novas filiações: Unileya, Colégio Guiness Recanto, duas unidades do Colégio Pódion (ensino fundamental e ensino médio), e Unicanto, focado em ensino a distância.
Ao final, o presidente do sindicato falou sobre a Base Nacional Comum Curricular, a Resolução n.º 1 de 2017 do Conselho de Educação do DF, sobre educação inclusiva, e os resultados da parceria entre o SINEPE/DF e a Adasa, com o Projeto Pede Planta (leia mais aqui) e o 8.º Fórum Mundial das Águas, que acontecerá em Brasília em março de 2018.