Na última segunda-feira (27), o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (SINEPE/DF), Álvaro Domingues, esteve no Colégio Ideal (unidade do ensino médio), em Taguatinga, para ministrar a palestra “O novo ensino médio e o Enem”.
Em uma roda de conversa com professores e coordenadores, foram expostas as principais dúvidas e reflexões sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a reforma do ensino médio e o impacto dessas mudanças no currículo das escolas particulares. “Não existe uma ‘receita pronta’ na educação, mas a BNCC é uma mudança que merece uma reflexão calma”, ressaltou Domingues.
Quando entrar em vigor, a base deverá ocupar 1.800 horas da carga horária total do ensino médio (que deverá ser ampliada de forma progressiva para, no mínimo, 1.400 horas anuais com a reforma do ensino médio). Com a implantação da base, o Ministério da Educação (MEC) espera diminuir a desigualdade regional e social existente na educação do Brasil. Somente poderá ser cobrado nos exames que exigem conhecimento do ensino médio o que for determinado pela base – inclusive os vestibulares realizados por faculdades particulares. “Hoje, o Enem é um tipo de métrica muito bem feita, mas falta a unificação dos currículos”, defendeu o presidente do SINEPE.
Com as mudanças no ensino médio, Domingues também espera que avaliações como essa se tornem mais exigentes e, consequentemente, melhores. “Se todos os estudantes brasileiros tiverem acesso à BNCC, os parâmetros de aplicação do Enem, por exemplo, podem ser aumentados”, observou. Dentro desse contexto, o papel das escolas particulares deverá ser preparar os estudantes. “Temos de fazer com que o aluno possa competir nesse novo modelo.”
Uma das grandes preocupações dos coordenadores escolares presentes foi a exigência de uma área de formação técnica e profissional nas escolas, proposta pela reforma. Para cumprir com as novas demandas, Domingues recomendou que as instituições comecem a se preparar durante essa fase inicial de discussão e busquem opções criativas, como o estabelecimento de convênios com escolas de formação técnica ou a parceria com entidades que possibilitem aos alunos experimentar de forma saudável um pouco da rotina da profissão que eles desejam seguir. “Temos de criar oportunidades de socialização com o trabalho para os estudantes”, ressaltou.
A homologação da Base Nacional Comum Curricular do ensino médio deverá ser realizada em 2018, e a partir do que for estabelecido nela a reforma do ensino médio deve entrar em vigor. Por enquanto, a exigência para as escolas é que, a partir do ano que vem, adequem a carga horária de forma gradual em até cinco anos.