O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (SINEPE/DF) recebeu nesta terça-feira (12) diversas entidades que atuam em prol das pessoas com deficiência. Os presentes se comprometeram a assinar, no início de 2018, um termo de cooperação técnica que visa a possibilitar o acesso dessas pessoas a vagas de trabalho em escolas particulares filiadas ao sindicato, aliado a um processo de conscientização dos gestores/contratantes e à acessibilidade dos edifícios.
O presidente do SINEPE/DF, Álvaro Domingues, ressaltou a importância de fazer valer na prática a inclusão prevista na legislação. Os participantes lembraram que o preconceito e a falta de conscientização ainda são empecilhos ao aumento da empregabilidade de pessoas com deficiência. “Por isso, esse tipo de convênio, que envolve sindicato patronal, governo e instituições da sociedade civil, é tão necessário”, observou o presidente do SINEPE/DF.
Domingues ainda debateu com os presentes a Resolução n.º 1/2017 do Conselho de Educação do Distrito Federal, do qual também é presidente, que trata da educação inclusiva. “Levamos vários especialistas ao conselho para construir a resolução, na busca de oferecer um ensino inclusivo com qualidade dentro das limitações de cada escola. Mas ainda podemos evoluir, somando esforços.”
O representante da Coordenação de Promoção de Direitos de Pessoas com Deficiência (Promodef) – ligada à Secretaria de Direitos Humanos do DF –, Antônio Vitor Gomes Leitão, que é deficiente visual, elogiou a iniciativa do SINEPE/DF. “Em nossa sociedade, o que garante a sustentabilidade da pessoa é um salário”, afirmou. “Por isso, precisamos despertar a fraternidade e criar oportunidades.”
“Acessibilidade ainda é um problema em muitos edifícios, e precisamos melhorar as escolas que ainda não estiverem adaptadas”, acrescentou o representante da organização Gente Como a Gente, de Planaltina, Lucimar Malaquias. Ele é cadeirante.
A gerente-geral pedagógica da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Maria Helena Alcântara de Oliveira, falou sobre as possibilidades de trabalho para quem tem deficiência: emprego convencional, apoiado ou autônomo. Já a coordenadora-geral do Instituto Cultural Educacional e Profissionalizante de Pessoas com Deficiência do Brasil (ICEP), Ana Maria Imperiano, lembrou que para realizar políticas efetivas é necessário incluir a parte mais interessada em todo o processo. “A pessoa com deficiência tem de participar das discussões”, ressaltou. O diretor financeiro do SINEPE/DF, Clayton Braga, concordou. “Por mais que tenhamos as melhores intenções, não temos o conhecimento e a experiência de vocês. Unir forças é o que facilitará o processo”, afirmou.
Domingues pediu aos presentes que já comecem a encaminhar currículos de candidatos com os quais as instituições tenham contato para o SINEPE/DF, para que possam ser encaminhados às escolas com vagas para 2018.
Também estiveram presentes ao encontro membros da Associação do Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe) e do Instituto de Promoção da Pessoa Com Deficiência Visual, além da nova vice-presidente do SINEPE/DF, Ana Elisa Dumont.