O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (SINEPE/DF) marcou presença no lançamento da Frente Parlamentar de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes com Altas Habilidades/Superdotação na Câmara Distrital. O evento ocorreu na última quinta-feira (17) em sessão solene no plenário da Casa.
A iniciativa é da deputada distrital Paula Belmonte, que preside a Frente. “As crianças e os adolescentes com altas habilidades enfrentam desafios únicos no seu desenvolvimento e integração na sociedade. Muitas vezes, suas habilidades excepcionais são mal compreendidas ou subutilizadas, o que pode resultar em dificuldades emocionais, sociais e acadêmicas”, explicou.
A presidente do SINEPE/DF, Ana Elisa Dumont Scussel, apresentou a perspectiva das escolas particulares diante do tema. “As escolas particulares enfrentam os mesmos desafios das escolas públicas. Quando identificamos que o aluno pode ser promovido ou que ele tem altas habilidades, temos uma norma superior que não nos permite fazer essas promoções”, ponderou. Ela também pontuou a falta de preparação específica para os professores durante a formação universitária. “Temos que olhar para nossas graduações de hoje. Elas não preparam nossos professores para esse atendimento. Não diria nem para o atendimento em si, mas para eles possam detectar características peculiares às altas habilidades e fazer os devidos encaminhamentos necessários”, afirmou.
Ana Elisa usou o exemplo do governo de Israel no tratamento de crianças com altas habilidades. No país do Oriente Médio, a partir de 7 e 8 anos, todos os estudantes fazem uma prova – semelhante à realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) – para identificar aqueles que têm superdotação e os convida para atividades no contraturno do sistema regular de ensino em centros de excelência governamentais. “Elas são convidadas não só a trabalhar as suas altas habilidades por meio de resolução de problemas, mas também desenvolver soluções para o que encontram de dificuldades, seja em trabalhar em grupo, com a criatividade, em ouvir o outro empaticamente e em ser ouvido. São habilidades necessárias no século 21, as tão faladas softskills, importantes tanto para as crianças atípicas, típicas e com superdotação na convivência em sociedade”, detalhou a presidente do SINEPE/DF.
Por fim, ela se colocou à disposição da Frente Parlamentar para colaborar com o desenvolvimento de ações para educação básica que colaborem com as crianças e adolescentes com altas habilidades no DF. “A escola particular tem essa característica de trazer o que há de melhor, mas ela encontra percalços e encontra dificuldades também. Então precisamos trabalhar em conjunto para que isso aconteça”, afirmou.
Além do SINEPE/DF, também estiveram presentes parlamentares, representantes da Universidade de Brasília, Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Conselho de Educação do Distrito Federal, Conselho Tutelar, Corpo de Bombeiros, Associação de Pessoas com Alto Qi e Superdotação, mães e crianças.
